terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

constitucional ou quê?

depois daquela espécie de "argumentos" chocarreiros, de quem não sabe do que está a falar; depois das repetições ad nauseam dos argumentos do decrépito conservador do Museu da Ortografia; depois das manifestações do mais puro chauvinismo, xenofobia e antibrasileirismo vergonhoso; depois das "opiniões" de certos [poucos] professores de Português, que, pagos para ensinar a norma e não para a discutir, a contestam para não terem o trabalho de a aprender; depois da autorizada lição de moral do Jornal de Angola sobre o "negócio" em que consiste ter uma norma única para toda a lusofonia; depois da autorizada opinião de certos entendidos, como engenheiros [poucos], médicos [poucos], construtores, vendedores, delegados, cartomantes e, até trolhas e pedreiros:

depois de tudo isso falhar,

vem agora um entendido em leis argumentar juridicamente a coisa linguístico-literária e contestar a constitucionalidade daquilo que melhores e mais sensatos constitucionalistas (suponho eu, pois que os conheço melhor e de há mais longa data) até agora não contestaram.

vou marcar imediatamente consulta para tão grande sumidade, já que me preocupa a constitucionalidade de uma lista de coisas não menos importantes e sérias, e penso que ele será o homem indicado para me valer:
- senhor doutor, a fome, o desemprego, o esbulhamento dos salários e das pensões, a retirada do subsídio de férias e de Natal, a subida desbragada dos impostos e das portagens, o desemprego galopante, todas as outras malfeitorias várias de que temos sido alvo, a pobreza nas ruas e vielas, a injustiça, a falta de acesso à saúde e à habitação e a falta de respeito pelos direitos humanos, tudo isso, é constitucional, ou quê?

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