terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

política [da Língua]

a discussão sobre o Acordo Ortográfica é ociosa e inútil. quem é contra porque sim, porque lhe apetece, é contra porque sim, porque lhe apetece e [a]bonda. quem tem razões para ser a favor continua a ter as mesmas razões. 
a questão não é técnica nem científica, é política. 
de um lado estão os que defendem uma política da Língua isolacionista e bacoca, aqui e ali adubada com um truculento nacionalismo triunfalista do segundo terço do século passado; do outro lado, os que defendem uma política da Língua que respeite a igualdade entre todos os países e regiões da Língua, uma política que realce e defenda o seu lugar privilegiado no panorama linguístico do mundo, onde, por força das coisas, o Brasil representa [mais de] três quartos dos falantes. 
não existe Lusofonia com peso no mundo sem o Brasil. por isso, é natural que uma política da Língua inclua obrigatoriamente o Brasil. Brasil que, ainda por cima, tem uma relevância económica e política mundial que Portugal não tem. 
o Brasil só precisa de nós para ser no mundo mais que uns meros 200 milhões de falantes de uma só Língua; nós precisamos do Brasil para termos a importância que significa falarmos a terceira Língua a nível mundial. para isso, precisamos de uma norma escrita comum, que, por sinal, fomos nós a destrui-la com a iniciativa legislativa isolada dos republicanos de 1911. 
um século depois, chegou a hora de definir quem somos. 
é a hora de atitudes políticas consistentes. é a hora de sermos portadores de uma Língua mundialmente importante ou de sermos uma língua sem qualquer relevância mundial. 
os argumentos e as decisões são da política. é para isso que se quer a política. 
se ficarmos isolados, nós, os nove milhões e pico, mais os falsos milhões de certos países lusófonos onde a lusografia e a lusofonia está longe de ser a regra, representamos, na mais otimista das hipóteses, um quarto dos falantes. ou seja, temos a importância que merecemos. 
deixemo-nos de discussões ridículas e inúteis. claro que a nova ortografia é uma questão política, e não linguística. uma questão política essencial. 
é claro que a longa preparação e a assinatura do Acordo, sua ratificação pela Assembleia da República e promulgação pelo Presidente da República foi uma obra política. assim como é política a sua absurda rediscussão. 
se o não fosse, por que razão alguns quereriam referendar uma questão “linguística”? se o não fosse, por que motivo a Assembleia da República criaria uma Comissão, uma Subcomissão e um Fórum para discutir a coisa? 
já agora, pergunto: os votantes desse tal referendo são [todos] linguistas? os deputados são [todos] linguistas? os contristas são [todos] linguistas? os ignorantes são [todos] linguistas?


pois é, a nova ortografia é uma questão essencial de política da Língua...

sábado, 2 de fevereiro de 2013

o pastor Valdecir

o pastor Valdecir, de uma cidadezinha do estado de Goiás, foi preso sob a acusação de abusar sexualmente das mulheres, utilizando o pretexto que teria o pénis abençoado.

segundo uma jovem de 23 anos que com ele partilhou experiências místicas, "o pastor convencia-nos de que deus só entra na nossa vida pela boca -  e por isso nós deixámo-lo fazer o que ele queria»; "muitas vezes, depois do culto, o pastor levava-nos para um terreno atrás da igreja e pedia que lhe fizéssemos sexo oral até o espírito santo aparecer».

a delegada da região diz que Valdecir foi apanhado em flagrante enquanto praticava atos sexuais com uma comerciante, a quem prometera mais sorte no negócio se se deixasse derramar pelo divino fluido.

a delegada conta ainda que o pastor não resistiu à detenção: «quando prendemos o senhor Valdecir, ele não ofereceu resistência e no caminho para a delegacia ainda perguntou se eu queria fazer parte do reino dos céus".



é isso aí, Valdecir...