quinta-feira, 11 de junho de 2009

orgulhosamente sós

dos três grandes projetos globalizantes, que faziam a imagem de marca do Governo em funções, nem um só deu ainda um passo em frente. refiro-me à nova norma ortográfica da Língua, ao novo aeroporto de Lisboa e ao TGV.
perdidos em rodriguinhos e falsa vontade de avançar, o mínimo que se exige é que os respetivos ministros desapareçam de cena e já.
estamos fartos de ser periféricos, estamos cansados de estar orgulhosamente sós. e, sobretudo, estamos fartos dessa ideologia bacoca da economia de subsistência, que só pensa no que gasta e nunca vislumbra o que vai ganhar. por isso, somos capazes de plantar couves e batatas no quintal e criar galinhas e coelhos no saguão, mas somos incapazes de pôr de pé uma empresa de nível e pensar em grande. assim, continuaremos uns pilantras de arrabalde a caminho do estatuto de sem-abrigo.
e o pior é que esse espírito tacanho e miserável parece tudo o que os partidos de oposição teem a oferecer.
e, não criamos riqueza, não sairemos da pobreza. refiro-me, sobretudo, à que mais me dói: a pobreza de espírito. porque atrás desta vem a outra.

domingo, 7 de junho de 2009

as eleições mais chôchas de que há memória

sem que nenhum dos partidos da oposição tenha feito por isso, o PS sofreu uma derrota histórica.
não sei se ganhámos grande coisa. o completo vazio de ideias entre vencedores e vencidos, não nos devolve nenhum élan, nem nos dá qualquer especial confiança no futuro.


sabido que não se discutiu nada sobre a matéria central destas eleições, quero dizer, a Europa, não sei para que servem estes resultados.

sabido que em matéria de crise mundial, europeia e nacional nenhum partido pode fazer diferença que se veja, tamém não sei para que raio servem estes resultados.

resta um prémio de consolação: a principal diferença entre quem ganhou e quem perdeu está na forma como trata os temas fraturantes. talvez a legalização da canabis, o casamento gay, o divórcio supersónico, a eutanásia e o aborto à la carte passem a ser tratados de outra forma. menos prafrentex. e com maior consideração pelas maiorias. afinal, é isso que a democracia é.
dar voz às minorias e dignidade às suas opiniões, opções e folclore é completamente diferente de ser governado por elas.