sábado, 17 de novembro de 2007

o aquecimento global

está frio, mas não me queixo. afinal, quanto a isso de frio, é tempo dele. tamém, aqui há dias, estava um belo verão de são martinho e já se dizia por aí que vinha a fim-do-mundo a cavalo no aquecimento global. afinal, o aquecimento foi-se embora e ficou este frio de rachar.
é que agora, em questão de tempo meteorológico, não pode estar coisa nenhuma: se está frio, é o aquecimento global; se está calor, é o aquecimento global; se chove, aqui d'el rei, é o aquecimento global; e se não chove, imaginem só! , é o aquecimento global.
e pensava eu que o planeta era um organismo auto-regulado, capaz de responder às mordeduras do insignificante ser humano. mas não, o planeta está de cócoras, k.o.: todos os dias chegam provas provadas de que o planeta faliu. já não há nada a fazer: aqueceu e pronto. vale mais encomendarmos todos as nossas alminhas a Deus e esperar pola derradeira hora, calmamente. sem pânico.
qual quê! os montes estão cheios de ventoínhas da energia eólica, os campos fervem de milho e outras alpistas para biodísel, anda tudo numa fona a descobrir o seu nicho de negócio. não há sinais de que seja um investimento terminal. antes parece que a coisa promete rendimento.
à noite, olho pela minha janela e vejo o contorno das montanhas desenhado com as luzinhas vermelhas das eólicas. vou na auto-estrada e as ventoínhas lá estão a produzir energia e tamém a ventilar o ar, a arrefecer o ambiente escaldante deste inverno frio.
é claro que penso: é melhor assim do que aquela fumarada das cidades industriai; deve ser aborrecido, deve ser mesmo tóxico viver numa cidade cheia de fumo industrial. mas que diabo!, onde já se viu um planeta moribundo ser motivo de tanto movimento de negócio e desenvolvimento industrial?
fico a pensar: estas coisas estão ali por causa do aquecimento global, ou o aquecimento global está aqui por causa desta movimentação económica nouvelle vague?

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