a enormidade do conceito de pai afetivo parece ter vindo pra ficar.
mas nunca esse dislate tinha chegado tão longe. uma psicojornalista queque teve a ideia peregrina de comparar São José àquilo que ela entende por pai afetivo e, desse modo, afirmar que o Dia do Pai, sendo Dia de São José, é, na realidade, o Dia do Pai Afetivo.
a ideia é revoltante porque quer trazer ao caso a religião, através de um vício de lógica ou sofisma aparentemente subtil. é que para os cristãos, sobretudo para os católicos romanos, anglicanos, coptas e ortodoxos, José não é pai afetivo nenhum. é padrasto: é o marido da mãe.
e é aqui que a senhora psicojornalista queque nos quer enfiar o barrete sob a capa de uma descoberta genial.
um padrasto é, ainda assim, um pai legal, alguém que tem um vínculo social de família com a progenitora. não é um pequeno burguês frustrado que deseja um filho já feito, escolhido depois de pronto, raptado, comprado, sei lá, como quem tem um caniche ou um gato siamês.
é antes alguém que, como na estória de José, segue todo o processo de gestação de uma vida nova. não há nada de queque na paternidade de José. nele, a afetividade está antes de ninguém voltada para a mãe da vida nova. porque a afetividade é uma coisa que leva tempo e consome energias.
além disso, falar de pai afetivo é um insulto: para a imensa maioria dos pais biológicos, para a imensa maioria dos padrastos e madrastas e para a imensa maioria dos pais adotivos. que investem nos seus filhos, enteados e adotados o melhor das suas energias afetivas. coisa que a senhora não está em condições de dizer a respeito dos pais afectivos de que fala.
tenho muita pena, mas não penso politicamente correto. pai afetivo não existe. pai afetivo é alguém que nem se dá ao trabalho de adotar. porque se adotasse, passava a pai legal e já não era necessário falar de pai afetivo nenhum. pai afetivo é um pai sem deveres. se bebermos na fonte onde a senhora vai beber, pai afetivo pode ser o raptor que se apaixona pela raptada. pode ser um traste. os trastes também têm afetos.
ninguém é filho de afetos. isso é uma treta pequeno-burguesa. eu sou filho da minha mãe e do meu pai.
e pense bem se quer viver num mundo onde ninguém se sinta seguro com os filhos que tem, por causa dessa praga dos pais afetivos.
mas nunca esse dislate tinha chegado tão longe. uma psicojornalista queque teve a ideia peregrina de comparar São José àquilo que ela entende por pai afetivo e, desse modo, afirmar que o Dia do Pai, sendo Dia de São José, é, na realidade, o Dia do Pai Afetivo.
a ideia é revoltante porque quer trazer ao caso a religião, através de um vício de lógica ou sofisma aparentemente subtil. é que para os cristãos, sobretudo para os católicos romanos, anglicanos, coptas e ortodoxos, José não é pai afetivo nenhum. é padrasto: é o marido da mãe.
e é aqui que a senhora psicojornalista queque nos quer enfiar o barrete sob a capa de uma descoberta genial.
um padrasto é, ainda assim, um pai legal, alguém que tem um vínculo social de família com a progenitora. não é um pequeno burguês frustrado que deseja um filho já feito, escolhido depois de pronto, raptado, comprado, sei lá, como quem tem um caniche ou um gato siamês.
é antes alguém que, como na estória de José, segue todo o processo de gestação de uma vida nova. não há nada de queque na paternidade de José. nele, a afetividade está antes de ninguém voltada para a mãe da vida nova. porque a afetividade é uma coisa que leva tempo e consome energias.
além disso, falar de pai afetivo é um insulto: para a imensa maioria dos pais biológicos, para a imensa maioria dos padrastos e madrastas e para a imensa maioria dos pais adotivos. que investem nos seus filhos, enteados e adotados o melhor das suas energias afetivas. coisa que a senhora não está em condições de dizer a respeito dos pais afectivos de que fala.
tenho muita pena, mas não penso politicamente correto. pai afetivo não existe. pai afetivo é alguém que nem se dá ao trabalho de adotar. porque se adotasse, passava a pai legal e já não era necessário falar de pai afetivo nenhum. pai afetivo é um pai sem deveres. se bebermos na fonte onde a senhora vai beber, pai afetivo pode ser o raptor que se apaixona pela raptada. pode ser um traste. os trastes também têm afetos.
ninguém é filho de afetos. isso é uma treta pequeno-burguesa. eu sou filho da minha mãe e do meu pai.
não acho que ir à Somália ou ao Darfur comprar um menino ou uma menina por meia dúzia de dólares dê seja a quem for o estatuto de pai, por muito afetivo que seja.
senhora, pare para pensar e veja a enormidade que é falar de pai afetivo. já disse que até sei de quem são as suas ideias. digo-lhe francamente: é fonte má.e pense bem se quer viver num mundo onde ninguém se sinta seguro com os filhos que tem, por causa dessa praga dos pais afetivos.
1 comentário:
Muito interessante, mas o que você quis dizer com "psicojornalista queque"?
Enviar um comentário