sexta-feira, 16 de março de 2007

um caso atrás d' outro



há semanas atrás, fomos bombardeados coma campanha em favor de uns ditos pais adotivos de uma criança de 4 anos. as cabeças bem-pensantes do meu país correram a assinar um papel para libertar um homem. preso por ter em seu poder uma criança ao arrepio da lei . e recusar-se a entregá-la às autoridades.
a coisa conta-se assim: uma senhora namorou um rapaz e engravidou. não sendo namoro pra durar, que até já tinha acabado, nem tendo de que viver quanto mais sustentar um filho, a mulher achou melhor, sendo solteira e sem pai assumido para a criança, dar o rebento a um casal que o queria. só que, por uma razão ou por outra, os novos "pais" se esqueceram de cumprir os requisitos. ou seja, passaram por cima dessas lérias da adoção legal. entretanto, o indigitado pai propriamente dito, até aí incrédulo quanto à paternidade, rende-se ao teste do ADN, que o deu por autor daquela vida. aí o moço acha que, se é pai, quer ser pai até ao fim. e reinvindica a criança. aqui d'el-rei! a criança já está habituada àqueles pais, será uma violência devolvê-la a quem de direito. neste caso, ao pai biológico. que a quer criar.
o abaixo-assinado passou-me pelas mãos. de pé atrás, não o assinei. parece que estava a adivinhá-la...

...acontece agora que:

uma senhora ilude o marido-viajante durante nove meses, dizendo que está grávida. chegando a semana de dar contas do que pretensamente trazia na barriga, a senhora diz ao marido que vai ao hospital botar a criança ao mundo. e, passados os dias necessários, aparece em casa com o rebentinho. que entretanto roubara a uma mãe a sério. o lorpa que engoliu em seco nove meses de vida da sua própria esposa, recebe um internético alerta-geral: fora roubada uma criança no hospital onde - julgava ele... - a sua mulher tinha parido. ainda por cima, roubada no mesmo dia em que ele, suposta e galhardamente, havia sido pai. lembrando-se, afinal, de que não dera assim tanto de si para aquela vida nova, vá de investigar a coisa no hospital. e descobre que a sua esposa não tinha estado internada e não havia registo algum desse contributo para a propagação da espécie. já lá vão três anos.
a coisa acabou em tribunal. e a criança vai ser entregue à sua família de origem, onde passará a desfrutar da companhia de mais seis irmãos...

...assim vão as coisas entre nós.


Sem comentários: